Para onde foi o Sado?

Em 2021 a bacia do Sado foi o território que registou os mais baixos índices de armazenamento em charcas e barragens. Em dezembro desse mesmo ano grande parte das charcas e barragens que asseguram o abeberamento do gado estavam sem água e a escassa precipitaçãonão era suficiente para repor os lençóis freáticos.

Segundo Ilídio Martins, diretor adjunto da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, "As alterações climáticas estão a atacar severamente esta zona. Não chove há praticamente quatro anos. A média de precipitação é de 350 milímetros, quando a média de 30 anos é 600 milímetros.

Este ano foi registado mês de julho o mais quente dos últimos 92 anos, com um valor médio da temperatura média do ar de 25.14 °C, 2.97 °C acima do valor normal.

A água disponível nas bacias hidrográficas do Sado, Mira e Guadiana já não é suficiente para garantir a recarga das albufeiras e aquíferos.

De acordo com o estudo de Rodrigo Proença de Oliveira para a APA, nas últimas duas décadas Portugal perdeu cerca de 20% dos recursos hídricos e inevitavelmente vai continuar a secar.

No pior cenário traçado, no final deste século, no ano de 2100, o Alentejo e o Algarve vão redução de 49% no volume de água dos rios e de 29% de precipitação.

É preciso fazer algo antes que seja tarde demais.

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